“Faz parte da sabedoria popular a crença de que, quando uma comunidade é acometida por determinado mal, coincidentemente, existe em abundância na região a erva indicada para o tratamento”.
As plantas têm a sua missão; foram criadas com o objetivo de oferecer inúmeros benefícios ao ser humano: alimentar, proteger, curar, dar alegria e, no final do ciclo, voltar à mãe terra, que tudo cria, transforma e recria, e, ao homem, caberia a responsabilidade de protegê-las e respeitá-las.
Carlos Magno foi um dos primeiros defensores das plantas, ao baixar um edital protegendo a hortelã nativa, ameaçada de extinção; ele poderia ser considerado o “patrono da ecologia”, hoje representado pelo inglês William Cobbett.
A primeira lei ecológica portuguesa data de 1311; no Brasil, o assunto foi objeto de cuidados na época colonial, pois foram expedidos atos que regulavam o corte de certas árvores e protegiam algumas espécies de animais.
O primeiro herbário das Américas está inserido no Manuscrito Badanius, que é chamado Herbário Asteca, escrito no século XVI em náuatle, a língua dos índios astecas, do México, posteriormente traduzido para o latim e o espanhol.
Esse material esteve desaparecido por longo tempo, e somente em 1990 foi devolvido ao México pelo Papa João Paulo II, quando da sua visita àquele país.
O americano Cleve Backster registrou através de um galvanômetro, que as plantas tem memória, pensam, manifestam aversão ou simpatia, sentem raiva, medo, alegria, gostam de bom trato, carinho e admiração; mostram felicidade quando se sentem queridas.
Hoje, a Fitoterapia é considerada um método natural, preventivo e curativo. No entanto, o consumo crescente das plantas medicinais e a procura de produtos ditos naturais, desencadearam um consumo sem limites e sua consequente extração predatória sem um controle eficaz e um programa de replantio, é uma considerável ameaça que pode acarretar a extinção de algumas espécies já ameaçadas.
“Segundo estudos do Fundo Mundial para a Natureza, a Alemanha é o país que mais importa plantas medicinais e o que mais exporta produtos naturais” (Inna Bruno & Nilza Naldi – O milagre das plantas – Editora Atheneu, 2ª edição, São Paulo, 2003).
O conhecimento e a utilização das plantas medicinais têm seu caráter popular e seu caráter técnico-científico. O caráter popular é a tradicional medicina do povo, popular, caseira ou tradicional. Ao caráter científico denominamos Fitoterapia (terapia = tratamento; fito = plantas, ervas).
Diferençamos a Medicina Popular da Fitoterapia em diversos aspectos, mas principalmente quanto a sua origem: a primeira de observação empírica e da experiência prática de vários agentes anônimos, e a segunda de experimentação racional e da comprovação através do conhecimento científico acumulado.
Da Medicina Popular, destacamos:
1- Suas características
- Origem popular
- Objetivo pautado na resistência cultural
- Método intuitivo
“Os padrões e valores que a orientam são transmitidos por meio predominantemente orais, não institucionalizados, desenvolvendo-se numa dinâmica própria, segundo o contexto sócio-cultural, econômico e físico que se insere”.
2- Seus elementos e traços predominante
- Relação com a natureza
- Visão diferenciada da doença e suas origens
- A fé
“Embora sofra variações regionais, as várias formas de Medicina Popular apresentam traços comuns como a profunda relação com a natureza e a vinculação com diferentes credos religiosos e ritos de caráter mágico, praticados pelos curadores, rezadores e benzedores”.
3- Seus recursos
- Alimentação
- Utilização das plantas medicinais
- Resguardo - repouso
- Água e Terra
Da Fitoterapia, destacamos seus diversos aspectos relacionados às áreas de conhecimento:
1- Aspectos Antropológicos: relação entre as plantas e a cultura dos povos. Os diversos sistemas de medicina popular.
2- Aspectos Botânicos: classificação e identificação das plantas medicinais, além da nomenclatura científica que é aceita em todo mundo.
3- Aspectos Agronômicos: cultivo e produção das plantas medicinais de maneira que elas mantenham o máximo de seu efeito medicinal.
4- Aspectos Farmacológicos: Modo como as plantas medicinais agem no organismo.
5- Aspectos Clínicos: Utilização das plantas medicinais a partir de estudos científicos. Como, quando e onde utilizar
6- Aspectos Toxicológicos: Efeitos adversos das plantas e que pode causar danos aos seres humanos.
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